segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

O Vocábulo "Cataguases":

Segundo o livro intitulado "O Município de Cataguases", de Arthur Vieira de Rezende e Silva, o nome dado a cidade foi sugerido pelo Coronel Vieira de Rezende e Silva, em lembrança do pequeno rio "Cataguases", que banha a fazenda do Bom Retiro onde nasceu, situada na região de Lagoa Dourada, do atual Município de Prados. Corresponde, em sua origem, ao nome de uma tribo de selvagens indígenas, que habitavam a região das Minas Gerais.
O vocábulo Cataguases, segundo bibliografia, é de origem indígena e sua tradução mais aceita, provavelmente, é a do Dr. Diogo Luiz Pereira de Vasconcelos e a do Dr. Napoleão Reys, que o traduzem por "Gente Boa", cuja forma original julgam ser "catu-auá".
Entretanto, outros autores, como o Dr. João Mendes Júnior e Dr. J. Nogueira Itagiba traduzem a palavra por "terra das lagoas tortas" e "povo que mora no país das matas", respectivamente.
Outros autores admitem que o topônimo "Cataguases" tenha vindo de "Cataguatá", "Catacás", "Cataguá ", ou "Goitacás", os quais, por transposições, chegaram ao vocábulo Cataguases. Atribuem também que todo o sertão aurífero situado ao norte da Serra da Mantiqueira era denominada terra dos "Catu-auá" ou dos "Cataguás".
Segundo o livro Dicionário Histórico e Geográfico de Minas Gerais, de Waldemar de Almeida Barbosa, os índios Cataguás nunca residiram nessa região, onde viviam os Puris e os Coroados. O domínio destes era a região limítrofe de São Paulo, e o nome generalizou-se para todo o sertão ao norte da Mantiqueira. O nome Cataguá dado a princípio ao sertão, serviu até 1710 para designar as minas dos cataguases, inclusive o distrito das Minas Gerais.
Cabe lembrar que o Estado de Minas Gerais já teve os seguintes nomes: Campos de Cataguá ou Território de Cataguases, em 1552; Territóio das Minas, em 1570; País das Minas, em 1603; Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, em 1709; Capitania de Minas Gerais, em 1720; Província de Minas, em 1824; e, finalmente, Estado de Minas Gerais, em 1891.
O recente dicionário Aurélio registra Goitacá como brasileirismo, significando indivíduo da tribo dos Goitacás ou Guaitacás, sua variante prosódica. O "g" da primeira sílaba e o "c", da última (consoantes homorgânicas) teriam se trocado na evolução linguística, passando a Cuaitagás, que variou para Catagás, depois para Cataguás e, finalmente, com a duplicação do plural, fixou-se em Cataguases.
Durante muitos anos a palavra Cataguases foi escrita com "z". Estudiosos do assunto verificaram que o correto era com "s". Passou-se então a adotar oficialmente a grafia certa, em data relativamente recente.


Antônio Rufino Neto

Um comentário:

Anônimo disse...

Que aula de historia aprendi um pouco mas sobre a nossa entendiada "kta" Luciana