segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Cultura: Estação Ferroviária

Em julho de 1877, as linhas férreas da Estrada de Ferro Leopoldina chegavam a Cataguases. Esta companhia, constituída em Londres, em 1871, por capitais ingleses e brasileiros, tinha por objetivo inicial a construção de uma estrada de ferro interligando Porto Novo da Cunha, atual Além Paraíba, a Santa Rita do Meia Pataca, atual Cataguases.
A chegada da ferrovia e a expansão da lavoura cafeeira alteram inteiramente o quadro da vida regional.
Em 1898, uma nova empresa foi organizada, com sede em Londres: “The Leopoldina Railway Company Ltd”, assumindo ativos e obrigações da Estrada de Ferro Leopoldina. Posteriormente a Leopoldina Railway incorporada pela Ferrovia e, com a privatização, através de permuta com o Município, passou às mãos da Prefeitura de Cataguases o edifício da antiga Estação. O prédio passou a abrigar, então, o Centro Cultural “Eva Nil”, que faz parte da Secretaria de Desenvolvimento Cultural, Esporte,Lazer e Turismo.

O Vocábulo "Cataguases":

Segundo o livro intitulado "O Município de Cataguases", de Arthur Vieira de Rezende e Silva, o nome dado a cidade foi sugerido pelo Coronel Vieira de Rezende e Silva, em lembrança do pequeno rio "Cataguases", que banha a fazenda do Bom Retiro onde nasceu, situada na região de Lagoa Dourada, do atual Município de Prados. Corresponde, em sua origem, ao nome de uma tribo de selvagens indígenas, que habitavam a região das Minas Gerais.
O vocábulo Cataguases, segundo bibliografia, é de origem indígena e sua tradução mais aceita, provavelmente, é a do Dr. Diogo Luiz Pereira de Vasconcelos e a do Dr. Napoleão Reys, que o traduzem por "Gente Boa", cuja forma original julgam ser "catu-auá".
Entretanto, outros autores, como o Dr. João Mendes Júnior e Dr. J. Nogueira Itagiba traduzem a palavra por "terra das lagoas tortas" e "povo que mora no país das matas", respectivamente.
Outros autores admitem que o topônimo "Cataguases" tenha vindo de "Cataguatá", "Catacás", "Cataguá ", ou "Goitacás", os quais, por transposições, chegaram ao vocábulo Cataguases. Atribuem também que todo o sertão aurífero situado ao norte da Serra da Mantiqueira era denominada terra dos "Catu-auá" ou dos "Cataguás".
Segundo o livro Dicionário Histórico e Geográfico de Minas Gerais, de Waldemar de Almeida Barbosa, os índios Cataguás nunca residiram nessa região, onde viviam os Puris e os Coroados. O domínio destes era a região limítrofe de São Paulo, e o nome generalizou-se para todo o sertão ao norte da Mantiqueira. O nome Cataguá dado a princípio ao sertão, serviu até 1710 para designar as minas dos cataguases, inclusive o distrito das Minas Gerais.
Cabe lembrar que o Estado de Minas Gerais já teve os seguintes nomes: Campos de Cataguá ou Território de Cataguases, em 1552; Territóio das Minas, em 1570; País das Minas, em 1603; Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, em 1709; Capitania de Minas Gerais, em 1720; Província de Minas, em 1824; e, finalmente, Estado de Minas Gerais, em 1891.
O recente dicionário Aurélio registra Goitacá como brasileirismo, significando indivíduo da tribo dos Goitacás ou Guaitacás, sua variante prosódica. O "g" da primeira sílaba e o "c", da última (consoantes homorgânicas) teriam se trocado na evolução linguística, passando a Cuaitagás, que variou para Catagás, depois para Cataguás e, finalmente, com a duplicação do plural, fixou-se em Cataguases.
Durante muitos anos a palavra Cataguases foi escrita com "z". Estudiosos do assunto verificaram que o correto era com "s". Passou-se então a adotar oficialmente a grafia certa, em data relativamente recente.


Antônio Rufino Neto

domingo, 6 de janeiro de 2008

Dicas da Internet

Na internet existem inúmeros sites que abordam o tema das ilusões de óptica alguns dos quais já foram até sugeridos em infodrops antigos. Mas existe um site que exagera de tão bom e interessante que é. Visite o: http://www.skytopia.com/ project/illusion/illusion.html
É impressionante o que a imaginação e a criatividade de um artista consegue fazer. Descubra figuras dentro das figuaras. Imagens que representam duas coisas completamente diferentes, dependendo do "click" mental que você esteja dando. Fantástico no sentido literal do termo:http://www.gauravjalan.com/ente

Luiz Schelb

Enquete

Os internautas escolheram o tema cultura como o ponto principal a ser trabalhado no nosso blog!
Continuem participando. Em breve, outra enquete!

Publicidade: Para quem te pouco ou nada a ver com ela - Parte II: Do reclame ao requinte

Até os anos 50, no Brasil, toda peça publicitária era chamada reclame. Muitas vezes o reclame era em versos (até o príncipe dos poetas, Olavo Bilac, escrevia reclames) e em Cataguases tínhamos este: Não quero que me acredite/ se quiser, prove primeiro/ mas o café do Bar Elite/ é gostoso até no cheiro.
Reclame de remédios era o que mais havia e alguns partiam para a ameaça: Gengivas sangrentas são o primeiro sinal de piorréia.
Vale lembrar aqui um reclame publicado na revista Verde, de Cataguases, nos anos 20 do século idem: José, interessante filhinho de (fulano e sicrana), com uma dose do Vermicida Cesar, que é o melhor dos lombrigueiros, expelliu mais de 500 lombrigas, ficando alegrinho, forte e sadio como se vê.
Muitos reclames, como ainda hoje, eram cantados e o compositor Fernando Lobo, que teve música gravada até por Nat King Cole, disse que seu maior sucesso foi: Melhoral, Melhoral é melhor e não faz mal.
A partir dos anos 40 houve uma modernizada, como substituir o desenho pela foto do produto, que dá mais impacto e credibilidade. Nos 60, já havia comerciais de TV bem elaborados, como uma campanha da Shell com o grupo de rock Os Mutantes aprontando situações meio dadaístas. Mas ainda cometiam trocadilhos como “Volks populi, Volks dei” - para o fusca. E trocadilho é inaceitável, em propaganda.
Por aquela época, Alex Periscinoto introduziu uma série de reformas, a partir da agência à qual se associou, Alcântara Machado. E surgiram outros grandes reformadores, como Neil Ferreira, além de outra grande agência, a DPZ. Grandes, aí, no sentido de inovadores, pois já havia agências enormes, americanas, quase todas, e Neil disse que a propaganda brasileira era o 51º Estado dos EUA. Ironizando, porque o pessoal copiava adoidado. Mas isso mudou, a partir da geração dele.
No meu início de carreira, trabalhei algum tempo na mesma agência que Neil e ficávamos babando com as sacadas dele. Um dinheiro da época tinha notas com as caras de Pedro I e Pedro II. E Neil sacou que o pai, retratado ainda jovem, contrastava com o filho, este com aquela longa barba branca. E estampou um diante do outro, com Pedro I aconselhando: o Meu filho, abra uma caderneta de poupança. Neil acabou indo para a DPZ e desta basta lembrar um anúncio que mostrava uma suculenta salada, e o título: Taka aji-no-moto aki. Humor é fundamental em toda comunicação, até para falar sério. Exemplo: A Associação das Piranhas do Pantanal saúda a matança de jacarés.
Num anúncio para o Dia da Criança, a DPZ deu um show de delicadeza, para a Johnson & Johnson: Com criança não se brinca. Na mesma ocasião, escrevi para o Banorte: Solte a criança que existe em você, querendo dizer que devemos abrir as comportas de nossas repressões adultas. O que bastou para Jaguar escrever, no Pasquim, que rolava na grande imprensa um anúncio idiota, incitando ao aborto. Eu ri, claro, pois não é todo dia que se tem um trabalho criticado por Jaguar.
Alex/Neil/DPZ e outros conquistaram para o publicitário brasileiro o status que tem hoje, profissional respeitado e influente. E a propaganda brasileira tornou-se uma das melhores do mundo, houve ano em que ficou em 2º lugar no festival publicitário de Cannes, só atrás da Inglaterra. Curiosamente, os ingleses ultrapassam os americanos, em propaganda de boa qualidade.
Outra sobre a eficiência do humor: numa eleição para troca da diretoria do Clube de Criação do Rio, uma chapa tinha um nome bobo, tipo Renovação. Já a outra escancarava: Vem cá, meu bem. Ganhou disparado.

Antônio Jaime Soares